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Sempre houve, sobre a face da terra, pessoas espiritualmente iluminadas que perceberam a inexistência da morte; algumas perceberam inclusive que não existe nascimento. Há aquelas que viram que não existe doença sobre a terra, nem realidade em quaisquer destas aparências negativas. No início, Gautama, o Buda, fundamentou toda a sua revelação não sobre o que Deus é, mas sobre a base de que o erro não é. A revelação que lhe veio, quando meditava, foi de que a totalidade destas aparências é ilusão, não é realidade, algo não se dando no tempo ou espaço, mas ocorrendo somente num conceito mortal universal.
Jesus teve esta percepção, pois, olhando para Pilatos, disse: “Não terias poder algum”, mesmo com todas as aparências testificando o “fato” de ser Pilatos o legislador e o poderoso naquela região. Jesus era capaz de olhar toda doença e dizer à pessoa: “Qual é o teu impedimento? Levanta-te, toma teu leito e anda”. Era capaz de olhar para o pecador e dizer: “Nem eu te condeno”. Eu não penso que Jesus tenha condenado o pecado. Ele reconhecia que o pecado, como pecado, era inexistência.
Muito pouco deste princípio veio à luz nos anos seguintes, embora alguns místicos maravilhosos tivessem passado pela terra, e atingido a consciente realização de Deus, a unicidade consciente com Deus, a união consciente com Deus; porém, em suas revelações, não notaram que atribuir a Deus a causa daqueles erros era tornar Deus responsável por eles, era fazer deles realidade. Assim, tivemos muito pouco sobre o assunto, até que surgiu o livro Ciência e Saúde original. Na obra original, tornou-se claro, outra vez, e pela primeira vez em séculos, que Deus é o único Poder e que estas aparências de discórdia não têm realidade. A Sra. Eddy reuniu todas as discórdias que, juntas, receberam o nome de mente mortal; depois, disse que a mente mortal não era uma coisa, mas apenas um termo para designar o “nada”. Alguns de seus primeiros alunos, dois deles inclusive eu pude conhecer em Boston, foram maravilhosos curadores, sem mesmo terem profundo conhecimento de religião ou de Ciência Cristã. Foram, porém, sanadores grandiosos por terem captado bem este ponto único; assim, fossem quais fossem os problemas a eles trazidos, apenas sorriam e reconheciam: “Mente mortal, o nada”. Conseguiam se voltar daquilo sem reagir, sem temer, sem se proteger, apenas devido à percepção de que tudo que se lhes apresentasse como pessoa ou condição malignas poderia ser englobado naquela terminologia: mente mortal. E então, a expressão mente mortal passou a ser vista como um nome, não como alguma condição ou pessoa, não como uma coisa, mas como um nome, utilizado somente para designar o “nada”.
Assim como este ensinamento ficou perdido após a geração de Gautama Buda, também teve sua metade provavelmente perdida na Ciência Cristã. Alguns ainda existem que captaram este ponto, porém, não muitos. Nos dias de Buda, o erro era este: aqueles não próximos ao mestre original tomaram a palavra ilusão e a externaram. Diziam que pecado, doença e morte eram uma ilusão; porém, que era preciso se livrar da ilusão. O sentido original era outro: tudo já era mera ilusão, uma imagem mental do nada. Uma ilusão no pensamento, uma imagem mental, sem substância, sem realidade, não passando de uma crença infundada sobre algo, um boato.
Porém, os hindus passaram a chamar este mundo de maya, de ilusão, e o descartaram, ora tentando escapar dele pela morte, ora ignorando-o. Contudo, os Cientistas Cristãos, muitos deles, cometeram o mesmo erro. Deixaram o hábito de dizer “estou com resfriado, estou com gripe”, para dizer “Eu tenho uma ilusão; você me ajuda a ficar livre dela?” Ou, ainda, “Você me protegerá ou me fará um trabalho de proteção da ilusão?” Ora, um praticista poderia estar tão ocupado em Boston, às quartas e domingos, que não teria nada a fazer, senão sentar-se dia e noite e fazer trabalho de proteção do inimigo.
Tudo isso volta à natureza inata, humana, que realmente acredita em dois poderes (o poder do bem e o poder do mal, chamado o poder de Deus e o poder de Satanás, ou, em filosofia, bem e mal, ou, na metafísica, imortal e mortal: sempre um par de opostos), em vez de se encarar um como tudo e outro como nada, uma “ilusão”, maya, um falso conceito de algo, uma ignorância de algo.
Você tem se defrontado com um problema e pensado sobre como encará-lo? Então, neste instante, terá se esquecido da existência de um único poder, e de que tal compreensão elimina a necessidade de encarar algo como um problema. Você tem sido chamado para resolver o problema de alguma pessoa, e ficado a imaginar se possui suficiente compreensão ou suficiente poder divino? Caso esteja assim agindo, está revelando, nesse momento, que não conheceu a Verdade.
Não é o seu conhecimento da Verdade ou o Poder de Deus que enfrentam problemas, mas sim a realização de Deus como sendo o único poder. Nesta compreensão, não há problemas a serem enfrentados, não há leis a serem dominadas e não há males a serem superados. Tudo não passa de ilusão dos sentidos.
Tendo lido os textos de O Caminho Infinito, mesmo por curto período, você já deve saber que “Deus É”, e isso lhe basta, pois, sendo Deus infinito, não pode haver coisa alguma além ou ao lado de Deus. Como Deus é onipresente, não existe nenhuma outra presença maligna ou de natureza destrutiva. Como Deus é onipotente, não há poderes do mal com que lidar, e nem mesmo pensamentos malignos. Como Deus é onisciente, Deus é Todo-conhecedor, e nada mais há para você saber ou realizar sobre alguma coisa, exceto repousar nesta percepção de Deus como “aquele que É”.
Você tem acreditado que através de pensamentos, mesmo os de natureza espiritual, a harmonia do reino de Deus pode se modificar? Ou um reino místico pode ser destruído? Quando você se senta em meditação, prece ou tratamento, você se compenetra de que sua única função é habitar “no que “É”?
Deus é amor; você não irá fazer com que Deus se torne amor, ou fazer com que Deus ame. Deus é vida; você não irá salvar a vida de alguém ou evitar a morte de alguém. Você irá conhecer a Verdade libertadora. Do que ela nos liberta? Da ignorância e da superstição, da crença num poder apartado de Deus. Se estiver buscando a Deus por algo, ou por alguém, será você quem estará acreditando em poder apartado de Deus.
Os seus períodos de prece ou tratamento são de quietude? Um habitar no Verbo que Deus É? Ou você estaria tentando fazer algo referente a alguma coisa? Estaria você tentando conseguir de Deus que Ele fizesse algo, no que diz respeito a alguma pessoa ou coisa? Ou você estaria habitando "naquilo que É"?
Deus É; Eu Sou: saber isto lhe será o bastante. Você permanece ainda temeroso, devido ao seu “paciente”, aluno ou filho? Então dê a si mesmo o "tratamento", até elevar-se à percepção de que, apesar de todas as aparências do mal, vistas na terra, nenhuma delas tem mais realidade do que uma ilusão qualquer. Como há suficiente Graça divina e Maná divino para atender às necessidades de cada momento, o seu conhecimento desta Verdade promoverá a remoção de suas dúvidas e temores, fazendo com que seu “paciente” responda instantaneamente à sua percepção de que “Deus É”.
A Graça de Deus não depende de coisa alguma, e isto significa que todo estudante está suficientemente avançado para se defrontar com qualquer necessidade, bastando-lhe a compreensão dos princípios de O Caminho Infinito: o princípio da “É-dade”/Seidade de Deus, e o princípio da “imediata disponibilidade da Graça e do Maná divinos”, para dar o atendimento pleno a cada instante.
Em cada período de meditação, prece ou tratamento, relaxe todos os esforços mentais, pois eles apenas lhe trariam frustrações, ou agiriam como barreiras para sua percepção da instantaneidade da paz, harmonia e plenitude espirituais.
Entre, de uma vez por todas, na quietude e no silêncio, e ouça a “pequena voz suave”, porque quantidade alguma de pensamentos será de benefício para alguém.
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