Diamante

De amante a amante que ama adiante
Desde a aí ao monte, deu aquele instante
Instante que refrata na parede dos olhos
Aos olhos do tempo, das neves simplórias
~
De arco, flecha e semblante
Solicitando o que eu cante
Os rostos brandos de outono
Serão vozes no auge do sono
~
Adormecidos na vela do barco falante
No toque do suspiro do então comandante
A remar e a remar, entusiastas vem em paz
Vão ao vir, voltam a remar o que já não jaz
~
Vê, voou ou ouvir, vou ir, estonteante
Estonteamento delineante
Avessos delirantes
Ao raiar do luminoso feixe
De cristal reverberante
Tudo feito de sons
Seus sorrisos bons
Ressurgindo em cada tom
~
Cabelos celestes que somem nos arvoredos
Em tanto som
AH SONS
Em tanto prateado
Em tanto branco
AH LUZES
Em tanto rosa
A natureza se estende
Os fios a delinear, os rios a florear
Os frios no fio do rio, dos dias!
As rosáceas
Rosear
Fluir
Amam
Somem
Sol de Amante
Sou
Diamante
~
Perante.

Poema de Hoje :D


Eu sonhei com meus pensamentos
Eles faziam a colheita de meu plantio
Onde frutificavam os sentimentos
O meu sonho a aquecer esse meu frio

Eu pensei sobre os sonhos meus
Eles sentiam o azul no grande chão
Cor derramante sobre os olhos teus
Como podemos ver o que acharão

A água do chão é o azul do infinito
É janela de moldura verde a clarear
Ao sentido na atenção que insisto
É porta que abre o fluir do aventurar

Contidas entrelinhas na forma determinada
Um novo chuvisco do sol que vê o campo
Com a peneira do ar que nas águas nada
Uma deusa existe, cantada neste canto!

Eterna luz harmoniza o que se move
É terna a luz, na ternura que me chove
Gentileza de algodão, depois do 8 é 9
Alegria é muita...
Alegria é livre...
Alegria.

Folclore Devaneio


A dedilhar o mundo num extremo de canção
A sonhar com lua nova daquele brilho mais grandão
Ela espreguiça no riacho, é super branca
De olhos trovadorescos, nas pedras ela canta
"
De um passado tristonho em seu livro de histórias
Cujas folhas desintegram no rio, somem na terra
Cometas são plenos, suas vindas são flóreas
Permanece tudo, na calmaria da serra
"
A noite clara onde corujas se escondem
A aura clara onde a luz de - seus saberes não se escondem
Pelas mãos que a liberdade é carregada
Carregada tão livremente quanto a chuva sonhada
"
Raios de luz na noite que descansa
Onde estou não sei, mas vejo tudo
Pois tudo é, eu também sou um passo desta dança
Quando estou não sei, mas rio e choro de tudo
Contudo
Eu riacho e choro de tudo
A melodiamar
Com tudo
"
Na delicada, tão delicada
A delicada que delica a cada
Deliciando-me delicadamente
A chorar a toda paz

Soño Encunado


Os ecos gritam nos túneis! Em meus próprios labirintos, os próprios labirintos dos próprios seres aos quais se enlabiritam entre si. Pois podem compartilhar seus ecos...
Alguns túneis refletem a luz dos caminhos.
Alguns túneis sempre levam a essa voz... Uma voz... Que ecoa, e sinto-me chamado, fortemente, pela voz que dança em sua luz profunda. Ela é viva mas apenas sinto os rastros, enquanto estou assim... Por vezes se distraem, por vezes andam em círculos, por vezes se alternam nos becos breves dos túneis inconscientes. Alguns tem janelas, sendo possível enxergar outras formas de túneis distantes, próximos, lá embaixo, lá pra cima... Há escadas, há rampas, há alguns jardins, e há pontos misteriosos, os quais já se abre a nova conexão e realidade, onde muitos túneis se descartam, desmancham e reorganizam em fabulosa estrutura de elevação. Os túneis castelosos foram todos necessários e agora permitem o perfeito encaixe entre si, para no caminho progredir.
Para encontrar.
E é neste encaixe espacial que a voz vem se libertando, e pode se propagar com maior grau de perfeição, revelando seus encantos.
Cortinas sonoras.
São como ondas da água com a luz do sol em sua superfície iluminando em espectros curvilíneos.
Os raios se decompoem, se reconstroem, em cores calmas e vibrantes.
As vozes da mesma voz.
Podem cantar em todos os caminhos.
Todos os caminhos fazem soar a mesma cantoria...
Ah, cantoria esta que é a Cantoria.
Elantoria can...
Ouvindo em silêncio, permaneço atento, permaneço iluminado, pois algumas fagulhas no ar podem me despertar.
Há um destino do outro lado.
Do outro lado para cá, sou destino.
Destinos unificados em uma etapa. Servindo ao Destino...
A Voz é a ligação...
Em sua perfeita forma e volume, desfaz qualquer impureza.
Senhor.
Com manto de paz, o escudo do Ser que Sou, Unificado.
Escudado.
Em glória, oculto na verdade, andar latente, existente...
No berço do meu sentimento.
Uma naveta onde, quando é chegada a voz, um aroma maior que Eu envolve a porta ao infinito.
Nós, ao vento.
Voz.
Um abraço confortável, com oração coração, a Voz em plenitude canta, canta o silêncio fenomenal.
As violetas sorriem.
Sempre foram alegres.
A alegria que emana amor na Voz do Destino.
Destinada a Ser.
Amar, seja lá...
...O que for?!

Deus



Normal
Tem coisas que nem escrevo
Tem coisas que nem desenho
Tem coisas que nem vivo
Ah, tem dias que nem coisa!

Querida Flor
Querida Mesa do Lanche da Manhã
Querida Formiga
Querida Cor

Querida Meditação
Querida Amiga que Passeia
Queridas Mãos
Queridas Coisas

Querido Sentimento
Querido Pensamento
Queridos Labirintos
Querido Aprimoramento

E daí tudo?
Algo você não pensa
Não é nada disso que penso
Sobrevivências necessitam-se
Mas não necessita-se

Nexo não tem
Aqui não
Mas nexo tem
Mas através do nexo é difícil

Girafas e baleias
Elefantes e luas
Sei lá o que é isso
Não é feio e não é bonito
Não.

Deus sim

A aleatoriedade dos dizeres é de qualquer ser
Entretenimento aqui não tem
Nexo
Deus

Vou trabalhar
Um sustento receber
Para matar minha fome
Para andar aí

Não tenha opiniões sobre isso e não julgue
Suma
Surja
Nexo
Zum.




A mente desse modo faz a forma-pensamento do que percebe como "algo", como "isso". E daí?
Que isso?
QUE ISSO?
O quê?
Quê?
Não é nada disso, cara
só porque
a gente






Normal...
Nada disso

São Lefranjôpeas

Numa bela vida deste dia...
Num belo dia destas águas...
As águas que conheço são as águas do rio que passa por aqui.
E nunca andei até muito longe daqui.
As águas que conheço me envolvem num imenso desconhecido.
Existe esse rio que me hipnotiza. Eu existo quando estou a apreciá-lo. Não digo apreciar, poderia ser... ..."Eu existo quando estou a existí-lo".
Quando estou bem perto das águas que levam o rio, eu sinto que um perfume natural me faz esquecer de todas as memórias. Esse aroma, com sua presença suave, me hipnotiza. Mas no entanto tenho total autonomia. Não digo autonomia, poderia ser... ..."Eu harmonizo quando estou a perfumá-lo"...
Sim, em momentos como esse eu posso perfumar através do Aroma que atua em minhas memórias, onde cada essência, de cada semente contida se faz iluminar, e cresce em luz.
Sou memória.
É de manhã, e os últimos anseios noturnos se esvaem pela brisa quase fria, não muito quente. Através dela, os raios do sol, em sua sabedoria, cantam baixinho, aquecem o que encontram, por suas ondas melodiosas, cuja melodia é tão melodiosa quanto mel.
E é como me sinto agora, como os raios, estou feito mel, feito melodia tão doce que não é mais doce porque transcendeu definições. O aroma, em sintonia com o mel, fez com que eu deixasse meu corpo, assim não mais o sinto... Apenas sinto detalhes preciosos de vida que engrandecem em prósperas proporções, e nunca me senti tão vivo.
Com os olhos não posso enxergar os raios, nem com meu tato ou olfato posso sentir o contato deles. Também não importa o que não é. O que importa?

Sensações estranhas, sinto diversas coisas, é como se eu fizesse parte de tudo e tudo fizesse parte de mim... Ou, posso dizer que o "eu" é só um ponto de referência. Porque é tudo vida.
Memória universal.
Não há agora o momento anterior, ou o próximo momento. Só existe agora. Agora é que não tenho personalidade ou individualidade alguma, pois sou natureza, sou o perfume lilás que floresce no ar em tamanha harmonia, o perfume no tom da melodia de cor dourada bem clara, que alimenta o solo, e o cheiro da terra se ergue num grande bocejo e quase sou engolido, meu Deus! Mas sou a mesma coisa hahah... Coisas muito vivas! Um sorriso de pura vida... Sorriso é o vôo das borboletas e dos beija-flores, e sorriso é também as flores beijadas. Sorriso cósmico.
As plantinhas que estão tomando sol, pensando melodias, é como uma criança com sede que encontra o rio, e sua beleza por si só a satisfaz e muito mais. Pois a criança é o próprio rio e ela é por si mesma como é!
O entusiasmo da boca que gargalha alegremente, a boca que soletrava a diferença das letras, em contraste com a falta de contraste, da unidade desses versos. Dos universos.

Ao pé da colina, um trapezista adormece. Ele tem uma vestimenta engraçada e emana paz. Em sua mão direita ele segura um lustre de alabastro, do tamanho de sua cabeça. A forma do lustre lembra a face do trapezista, que parece ter sido modelada tão minuciosamente. Já em sua mão esquerda, ele carrega com admirável paz um pedaço de papel, onde há um símbolo quase imperceptível, em alto relevo e textura de resina.
O trapezista viaja pelo espaço, ele tem sonhos em perspectiva, e até transparece no ar ao seu redor alguns lampejos de seu panorama de esperança. E o rio capta suas mensagens, o rio acolhe muitos sentimentos. O som das ondas das águas sonhadoras, é um movimento de rioaeuaueiao, e ao meio destas entonações o sonho do trapezista vai tomando forma... E vai subindo pela colina, e uma realidade acontece. Há um casebre rústico rodeado de algumas árvores compridas. Neste casebre há apenas uma janela.
Há um contorno simétrico de um ser esbelto que apoia o cotovelo no parapeito da janela e permanece a avistar o lado de fora. Entre o cotovelo e a madeira, há um pedaço de papel dobrado. O ser respira mistério, e o papel sob seu cotovelo é imóvel como um papel.
Em torno deste sonho dá pra se perceber a consciência do trapezista que mergulha num salto circense, às profundezas de sua busca.
O casebre de algum modo se transforma no lustre de alabastro no alto da colina, e a janela continua, agora no lustre.
O ser move o braço, a brisa sopra o papel para dentro da janela.

Ah e tudo é sugado e pelo único!

Ponto que se engoliu e sumiu.

Agora a história começa...



Construí o texto acima através das palavras ditas aleatoriamente por uma criatura do sul.
"Fran diz: lilás, mel, sol, perfume, resina, rio, cheiro de terra, quente, boca, alabastro, contraste, beleza, diferença, criança, sede, memória, janela, perspectiva
hahaha que doido isso
harmonia, bocejo, rio, trapezista, sorriso, papel, entusiasmo, cotovelo"
Visitem:



Huahauhauah tchau.

Sonho de Lhama


Eis as flautas em festejo na neblina
Som dançando na fogueira de alta luz
Nostalgia, moitas quietas, folhas finas
Frias pedras, calor de estrelas sem luz

Um teto de cores de vida própria canta
Presença de deuses em vozes a celebrar
No pico da madrugada, um túnel arranca
Do tempo que clareou, a geração irá falar

Ao raiar do amanhecer que está raiando
Tambores ocos e chocalhos d'água chorando
De manhã estrelas novas aqui adorando
Crianças engenhosas no trabalho do dia
Em volta da fogueira de nossa risada macia
Sol ancestral desperta na mente da sintonia

A voz ainda canta, não há quem durma
Melodia já eleva, há quem evolua
Não há quem não saiba
O sol irradia em constante maestria
Não há quem não brilha
Há tanto, há quem somos...

Brilhaaaa!
Heeeyaaaaaa!

\o/

Banho de Vidro

Tem uma montanha em forma de escada
E cada degrau floresce uma tartaruga
Que abre os olhos e sonha com uma fada
Mas esquilos gritam, anunciam a fuga

O céu quebra e nos rios estilhaça
Um barco morre ao oferecer a flor
Para um ruído de chuva na praça
Praça da montanha que chora licor

Escadas engolidas pelo espelho solar
Que refletem subidas, refletem descidas
Refletem os olhos que irei tanto gostar
Mas flechas sem arcos são boas comidas

Comidas por um comedor sem idéia
Em momentos que surgem vagalumes
Na dramática luta, na pequena epopéia
Os olhos que gosto não parecem legumes

Muito alegre e colossal num intento animal
A consagrar as gargalhadas submersas
Animais anjos, espíritos altos do Celestial
Que sopram com doce carinho suas conversas

As coisas vão se modelando num sentido
Um sentido que sentimos
As esferas constituem a pureza
Um sentido que sentimos
As sensações de um sentido
Que sentimos
Amando amavelmente
O alinhamento dos rios que se infiltram no oceano profundo na sincronicidade AQUIAGORA!
La la la...

Nublagem Calmaria


Tudo parece mais sereno num dia frio.
A gentil calmaria que preenche as esferas... E com calma, prossigo a patamares cada vez mais calmos... O quão distante (ou próximo) eu posso chegar?
Não dá pra ver o sol, mas a contagem das horas é crescente. O dia permanece, em sua branquidão macia de algodão. O céu da manhã que é o mesmo da noite que se foi, apenas tem acrescentado em sua magnitude, o brilho e a claridade, e o canto bonito da passarada nos ninhos, nos muros, nos fios de eletricidade, nos ramos de folhas das árvores frutíferas, então, esses passarinhos ficam brincando por aí, trocando de lugares, voando, pousando.
Comparo o canto dos passarinhos com as gotículas, os ciscos úmidos de agüinhas que brotam do ar, nos lençóis de ar e suas ondas ventanosas. Não dá pra ver as ondas de ar, e não dá pra ver os ciscos de água, mas eu sinto vários deles vindo de contato para minha pele, e tem muito ar em volta de mim e ares que respiro e compartilho, e a partir desse ar compartilhado, posso sentir as gotículas que o ar carrega goticulando por toda parte! É uma sensação calma e deliciosa.
Então entro em sintonia com os passarinhos e seus pios contentes, e com a ventania calma e suas gotinhas contentes... Dá uma vontade de ficar rindo calmamente...
Parece que tudo está sendo observado, e que tudo está observando também!

Outro detalhe do céu nublado com as belezas aqui embaixo, é que notei a seu modo, a ampliação de alguns sentimentos com as plantas. Uma arvorezinha em contraste com o céu que se resume numa única nuvem branca que engoliu tudo para si. Enfim, essa arvorezinha, com seus galhozinhos que cresceram e foram se ramificando e ramificando lá pra cima e deles várias folhinhas que surgiram e foram crescendo aos pouquinhos, e são verdinhas, e ficam balançando muito calminhas e silenciosas, na onda que a brisa brinca. As folhinhas parecem querer alcançar o céu, mas está satisfeita, claro, e fica a contemplar por toda a vida... E lá com a arvorezinha deve ter um vasto universo, em sua estrutura, e os insetos que passeiam por ela, pelos seus caminhos, e o ar nublado também, lá e em toda parte. E o ar que penetra no vasto universo que é um inseto que caminha pelo universo dos gravetos no ar.
De acordo com meus sentidos, observo o tal contraste... Uma percepção própria. Há o contraste da árvore, em seus próprios contrastes pessoais (arvorais?) com o contraste de um dia de céu azul com as nuvens que intercalam e transformam suas cores e formas, e os raios de luz, e os ares, e os sons, essas percepções básicas...

Cada realidade própria, várias formas de frequências que se inter-relacionam e vão atraindo novas ondas receptoras, e moldando sintonias, sintonias, sintonias...
Uma calma sintonia.
"Sintonias", plural de sintonia, com outros plurais de sintonia.
Sintoniassintoniassintoniassinto... Elas se juntam, porque criou sintonia... É um plural, ou conjunto dos mesmos plurais, que virou um singular! Sempre foi único e singular na verdade, mas, são as fragmentações do mundo mesmo que nossa mente fragmenta.

A calmaria nos adentra ao equilíbrio profundo da sintonia do universo.
Sintonia do universo está em detalhes sutis próximos a cada UM.
Na harmonia de cada UM.
Na paz de cada UM.
Na Unidade de cada UM.
No UM.