O Tempo Minimômento


(Do baú... maio/2009 - John Lucas)

Tempo no Universo, adentro
Tempo dentro, do Universo
Une o tempo nos versos
Verso une tempo
Vento, verso, dentro, desverso, universo, tentro, dempo, multiverso afora

Universo Momento, mundo, dentro, tempo, mundo, momento
Universo respira, respira em respiração... Para o mundo profunda respiração.
O Tempo engole o Momento, mas o momento é sempre momento e não muda de forma, porque ao ser engolido, está no momento engolido, e o momento é que está em momento.
A casca do momento! Um instante do plasma momentâneo na teia do tempo, que suga a mudança, o momento plasmático...

Momento Unificado
Não pode ser prolongado
Assim entrando no tempo
Do olhar acelerado

O momento transcende o tempo
No momento não existe ar, não existe vento
No momento Sou Eu Sou, o Sol em instrumento
Instrumentando por amor, por amor, por amor

Nem coisas existem, as coisas são coisas
O abstrato perfura o concreto
Com a violenta suavidade que vai necessitar
O que tem que ser? Não tem que sentir.
Já É, já. Só Seja. Vamos sendo.
Sendo, sendo, posso estar nem vendo
Vou acendendo a chama que estou sendo
Sol que este Sou que estou sendo
Que estou Quietos! - acendo amor, sendo o Ah!
Acendo amor radiante
Sendo amor, muito amor
Somos poucos pro amor

Suficientes
Porque é o amor que nos contêm
Contem com tempo, tempo que não existe
Somos nós formados de amor, amor que flameja existência
Amor dos meus planetas
Os planetas do meu amor

Nos anéis de fogo e do ar. Da água e do vento.
E o campo sutil ao qual o amor comporta.
Poesias são apenas o pedaço poético
Degraus que vão até certo ponto


O ponto fundamental!


.



Vamos, para a floresta, floresta, esta floresta, está nesta, não resta floresta, esta flor!

Aquelas flores brancas na margem do rio, do rio do tempo, do tempo alegre.
A cachoeira é o templo do tempo. A correnteza que salta das alturas e deságua pelas próprias águas, que se abraçam firmes. Deságuam pelas pedras a rolar, pela vegetação a acariciar.

Caminho com cuidado, e vou adentrando pela chuva de inspirações que preenchem a esfera de minha mente. O silêncio é suave e fino, em cima do aglomerado sonoro que é a própria cachoeira caindo! Uma cachoeira de sons! Caminho contra a correnteza, de encontro ao pé da queda cristalina. Olho ao redor, a correnteza atravessando minhas pernas.
É o tempo... Ta voltando tudo pra trás e eu to aqui quieto em fino instante agora!

Ondas da água do tempo, que alimentam aqueles que são alimentados pelo tempo.
Que alimentam aqueles que são alimentados por ele.
Alimenta o que é alimentado.
Eu avanço no tempo, pois, estou agora neutro. Enquanto estou num único ponto do tempo, o Agora, o tempo vai correndo pra trás, correndo pra trás, mas estou vivo agora e o futuro se abre o tempo todo. Eu sou o Agora. O futuro vem pra trás. O vento traz, a água leva!

Ondas do ar do vento, que congelam meu corpo, gotinhas infinitas em meus poros infinitos, expandindo. A água que jorra das quedas é quase ar, mas há muita água também. A água viaja no ar e se torna ele. E o ar se torna o mais profundo ar!
Vou caminhando, escalando pedras, acompanhando o verde da floresta que guarda a água que mora neste coração da natureza! Sento no alto de uma pedra alta para amar.

Lá no sol da galáxia explosões gigantes bailando discretas. Aqui recebo como grande calor, que me aquece, me esquenta. Calor único, que não varia. Roupas e roupas protegem meu corpo da radiação cósmica.
No alto da pedra, abaixo de árvores diferentes que sobem um morro muito alto, mas tão mais alto.
No alto da pedra aqui embaixo, com as flores brancas, folhas verdes, do outro lado da alegoria da água.
No alto da pedra, com diversas borboletas em sua bem-aventurança, e os insetos conscientes do que são. Ouço o som do tempo que desmancha na matéria, na matéria que molha que refresca em sua transparência. Tão transparente que não fica quente, ela gela.
No alto da pedra o calor do deserto, o calor carregado no ar, com as manchas de frio saltando do ar, consumindo novos ares.
Minha pele grita para mim. Consciência além dessas fronteiras, pois aqui não é a nossa dimensão. Mas há os sinais de onde somos. Se a face da alma sente algo, o leva até nisso que se sente, porque veio de algum lugar. Vamos pra esse lugar. Seja o lugar, e descanse... e de onde este lugar surgiu? Mergulhe mais, viva mais.


Para Agora é o Sempre, não existe outro sempre.
Ou não haveria de vivenciar o Infinito.

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