Páginas Flauteantes
Do Amor - K. Gibran
Visita à Astral Moradia do Suave CintiLar
Do Matrimônio (K. Gibran)
O Tempo Minimômento
Tempo dentro, do Universo
Une o tempo nos versos
Verso une tempo
Vento, verso, dentro, desverso, universo, tentro, dempo, multiverso afora
Universo respira, respira em respiração... Para o mundo profunda respiração.
O Tempo engole o Momento, mas o momento é sempre momento e não muda de forma, porque ao ser engolido, está no momento engolido, e o momento é que está em momento.
A casca do momento! Um instante do plasma momentâneo na teia do tempo, que suga a mudança, o momento plasmático...
A cachoeira é o templo do tempo. A correnteza que salta das alturas e deságua pelas próprias águas, que se abraçam firmes. Deságuam pelas pedras a rolar, pela vegetação a acariciar.
Que alimentam aqueles que são alimentados por ele.
Alimenta o que é alimentado.
Eu avanço no tempo, pois, estou agora neutro. Enquanto estou num único ponto do tempo, o Agora, o tempo vai correndo pra trás, correndo pra trás, mas estou vivo agora e o futuro se abre o tempo todo. Eu sou o Agora. O futuro vem pra trás. O vento traz, a água leva!
Ondas do ar do vento, que congelam meu corpo, gotinhas infinitas em meus poros infinitos, expandindo. A água que jorra das quedas é quase ar, mas há muita água também. A água viaja no ar e se torna ele. E o ar se torna o mais profundo ar!
Vou caminhando, escalando pedras, acompanhando o verde da floresta que guarda a água que mora neste coração da natureza! Sento no alto de uma pedra alta para amar.
Lá no sol da galáxia explosões gigantes bailando discretas. Aqui recebo como grande calor, que me aquece, me esquenta. Calor único, que não varia. Roupas e roupas protegem meu corpo da radiação cósmica.
No alto da pedra, abaixo de árvores diferentes que sobem um morro muito alto, mas tão mais alto.
No alto da pedra aqui embaixo, com as flores brancas, folhas verdes, do outro lado da alegoria da água.
No alto da pedra, com diversas borboletas em sua bem-aventurança, e os insetos conscientes do que são. Ouço o som do tempo que desmancha na matéria, na matéria que molha que refresca em sua transparência. Tão transparente que não fica quente, ela gela.
No alto da pedra o calor do deserto, o calor carregado no ar, com as manchas de frio saltando do ar, consumindo novos ares.
Minha pele grita para mim. Consciência além dessas fronteiras, pois aqui não é a nossa dimensão. Mas há os sinais de onde somos. Se a face da alma sente algo, o leva até nisso que se sente, porque veio de algum lugar. Vamos pra esse lugar. Seja o lugar, e descanse... e de onde este lugar surgiu? Mergulhe mais, viva mais.
Para Agora é o Sempre, não existe outro sempre.
Poesia Naturezina
(Do baú... junho/2009 - John Lucas)
Na brisa leve que se esconde no luar
Paira no silêncio da floresta a poesia
No interior deste silêncio, sagrado altar
Semeou-se vida, semeou-se a sintonia
Cada instante de natureza, cada gota no tempo
Paira no silêncio da floresta a poesia
Acompanhando a noite e o dia, é o vento
Espalhando a poesia!
E com ela, abre-se de novo um novo dia
Através do florescer, amanheça harmonia
Ah Mãe, essa harmonia... Amanhece a poesia
Mãe Natureza em seus altares a prosperar
Amando cada filho, seres em qualquer lugar
Semeando rios na pureza das sementes
Raízes respiram terra, terra respira chuva
A vida está no Espírito que vive natureza
Vive natureza porque vive a vida
Na chuva de cada tormenta
No silêncio dos mares, no silêncio dos desertos
Na divina alegria, que planta em caminho aberto
Natureza de cada um é a natureza
A minha natureza e a sua natureza
Nós a somos. Somos o Espírito
Quem nos vive é Espírito
Das árvores que crescem por todo lugar, porque lugares guardam vidas, guardam árvores e seus galhos que tomam todos os caminhos no lugar que se vive
E em cantoria lá estão os passarinhos
Na poesia que celebram, das folhas que protegem seus ninhos
Seus novos filhotinhos
Semeados pela vida que vive a si própria
Pela vida da luz que vive na consciência viva do Espírito
No “onde” que também é espírito
No espírito que também é poesia...
SER (Ramana Maharshi)
"Todos nós temos que voltar a nossa fonte de origem. Todo ser humano está procurando sua fonte e, um dia, deve chegar a encontra-la. Viemos de dentro, andamos fora e agora devemos voltar para dentro. Que é meditação? É o nosso real estado de SER. Nós mesmos o temos encoberto de pensamentos e paixões. Para descobrir-nos e livrar-nos destes, temos de concentrar-mos num só pensamento: SER."
"Não é preciso ter uma ajuda. Você já está no seu estado original. Pode alguém ajuda-lo a chegar onde você já está? A ajuda dada, realmente, é para esclarecer-lhe as suas noções erradas a respeito. Os sábios ou mestres podem lhe ajudar somente em erradicar os obstáculos no seu caminho."
"Uma criança e um sábio, de certo modo, se assemelham. A criança cessa de pensar nos incidentes logo após eles terem passado. Com isto demonstra que eles não deixaram impressão profunda na mente da criança. O mesmo ocorre com o sábio."
"Não há sequência de tempo dentro do verdadeiro desenvolvimento espiritual. Você é espiritual aqui e agora. Não se engane a si mesmo, não se deixe apanhar na armadilha mental de planos, graus de evolução, estados de ser, etc... Não se deixe afagar com estes falsos e limitados informes. Você é um SER espiritual. Seja ISTO!"
Em Busca da Pérola da Eternidade
Sabedorias de Yogananda (2)
Sabedorias de Yogananda (1)
Da Razão e da Paixão (K. Gibran)
Vossa razão e vossa paixão são o leme e as velas de vossa alma navegante. Se vossas velas ou vosso leme se quebram, só podereis derivar ou permanecer imóveis no meio do mar. Pois a razão, reinando sozinha, restringe todo impulso; e a paixão, deixada a si, é um fogo que arde até sua própria destruição.
Que vossa alma eleve, portanto, vossa razão à altura de vossa paixão, para que ela possa cantar, E que dirija vossa paixão a par com vossa razão, para que ela possa viver numa ressurreição cotidiana e, como a fênix, renascer das próprias cinzas.
Gostaria que tratásseis vosso juízo e vosso apetite como trataríeis dois hóspedes amados em vossa casa. Certamente não honraríeis um hóspede mais do que o outro; pois quem procura tratar melhor um dos dois, perde o amor e a confiança de ambos.
Entre as colinas, quando vos sentardes à sombra fresca dos álamos brancos, compartilhando a paz e a serenidade dos campos e dos prados distantes, então que vosso coração diga em silêncio: "Deus repousa na razão". E quando bramir a tempestade, e o vento poderoso sacudir a floresta, e o trovão e o relâmpago proclamarem a majestade do céu, então que vosso coração diga com temor e respeito: "Deus age na paixão". E já que sois um sopro na esfera de Deus e uma folha na floresta de Deus, vós também devereis descansar na razão e agir na paixão.
Cortando os Tentáculos (P. Brunton)
Quando eu for somente um sonho (P. Yogananda)
De como guardá-lo no peito
E da disciplina que atrai Sua graça.
A ti, que me pediste
Guiar-te à presença do meu Bem-amado,
Com minha silenciosa mente te advertirei,
Ou falarei contigo, através de um doce e expressivo olhar,
Sussurrarei baixinho com a voz do meu amor,
Ou te alertarei em voz alta quando te afastares Dele.
Mas quando eu me tornar apenas uma lembrança,
Ou imagem mental, ou voz silenciosa,
Quando nenhum apelo terrestre revelar
Meu paradeiro no espaço insondável,
Quando nenhuma leve súplica ou ordem severa
Trouxer de mim uma resposta,
Sorrirei na tua mente quando estiveres certo,
E quando errares, chorarei através de meus olhos,
Fitando-te veladamente na escuridão.
E chorarei através de teus olhos talvez;
E murmurarei através de tua consciência,
E raciocinarei contigo usando da tua razão,
E amarei todos através do teu amor.
Quando não mais puderes me falar,
Lê meus "Sussurros da Eternidade";
Por meio deles, falarei contigo eternamente.
Incógnito, andarei a teu lado
Protegendo-te com braços invisíveis.
E assim que conheceres o meu Bem-amado
E ouvires a Sua voz no silêncio,
Reconhecer-me-ás novamente, mais tangível
Do que me conheceste na Terra.
Mas quando eu for somente um sonho para ti,
Voltarei para te lembrar que também não passas
De um sonho do meu Bem-amado Celestial.
E quando souberes que és um sonho, como agora eu sei,
Estaremos despertos Nele para sempre.
Da Morte (K. Gibran)
Então, Almitra falou, dizendo: “Gostaríamos de interrogar-te a respeito da morte.”
E ele disse:
“Quereis conhecer o segredo da morte.
Mas como podereis descobri-lo se não o procurardes no coração da vida?
A coruja, cujos olhos, feitos para a noite, são velados ao dia, não pode descortinar o mistério da luz.
Se quereis realmente contemplar o espírito da morte, abri amplamente as portas do vosso coração ao corpo da vida. Pois a vida e a morte são uma e a mesma coisa, como o rio e o mar são uma e a mesma coisa. Na profundeza de vossas esperanças e aspirações dorme vosso silencioso conhecimento do além; e como sementes sonhando sob a neve, assim vosso coração sonha com a primavera.
Confiai nos sonhos, pois neles se ocultam as portas da eternidade.
Vosso temor da morte é semelhante ao temor do camponês quando comparece diante do rei, e este lhe estende a mão em sinal de consideração.
Não se regozija o camponês, apesar do seu temor, de receber as insígnias do rei?
Contudo, não está ele mais atento ao seu temor do que à distinção recebida?
Pois, que é morrer senão expor-se, desnudo, aos ventos e dissolver-se no sol?
E que é cessar de respirar senão libertar o hálito de suas marés agitadas, a fim de que se levante e se expanda e procure a Deus livremente? É somente quando beberdes do rio do silêncio que podereis realmente cantar. É somente quando atingirdes o cume da montanha que começareis a subir. É quando a terra reivindicar vossos membros que podereis verdadeiramente dançar.”
Da Beleza (K. Gibran)
E ele respondeu:
“Onde procurareis a beleza e como a podereis encontrar a menos que ela mesma seja vosso caminho e vosso guia?
E como podereis falar a menos que ela mesma teça vossas palavras?
Os aflitos e os feridos dizem: ‘A beleza é amável e suave.
Como uma jovem mãe, meio encabulada na sua glória, ela caminha entre nós.’
Os apaixonados dizem: ‘Não, a beleza é uma força poderosa e temível.
Como uma tempestade, ela sacode a terra abaixo de nós e o céu acima de nós.’
Os cansados e os gastos dizem: ‘A beleza é um murmúrio suave. Fala em nosso espírito. Sua voz cede aos nossos silêncios como uma luz tênue que treme por medo da sombra.’
Mas os turbulentos dizem: ‘Nós a ouvimos gritar entre as montanhas, e com seus gritos chegavam o tropel de cavalos, o bater de asas e o rugir de leões.’
À noite, os guardas da cidade dizem: ‘A beleza despontará do Oriente com a alvorada.’
E, ao meio-dia, os trabalhadores e os transeuntes dizem: ‘Nós a temos visto inclinada sobre a terra, das janelas do poente.’
No inverno, os prisioneiros da neve dizem: ‘Ela virá com a primavera, pulando sobre as colinas.’ E no calor do verão, os ceifeiros dizem: ‘Nós a vimos dançar com as folhas do outono, e havia neve no seu cabelo.’
Todas essas coisas, dissestes da beleza.
Na verdade, porém, não falastes dela, mas de desejos insatisfeitos.
E a beleza não é um desejo, mas um êxtase.
Não é uma boca sequiosa, nem uma mão vazia que se estende, mas, antes, um coração inflamado e uma alma encantada. Ela não é a imagem que desejais ver, nem a canção que desejais ouvir, mas, antes, a imagem que contemplais com os olhos velados e a canção que ouvis com os ouvidos tapados. Não é a seiva por debaixo da cortiça enrugada, nem uma asa atada a uma garra, mas, sim, um pomar sempre em flor, e uma multidão de anjos em vôo.
Povo de Orphalese, a beleza é a vida quando a vida desvela seu rosto sagrado.
Mas vós sois a vida, e vós sois o véu.
A Beleza é a Eternidade olhando para si mesma num espelho.
Mas vós sois a eternidade, e vós sois o espelho.”
Do Prazer (K. Gibran)
“Então um eremita que visitava a cidade uma vez por ano, avançou e
disse: Fala-nos do Prazer.
E ele respondeu, dizendo:
O prazer é uma canção de liberdade, mas não é a liberdade.
É o desabrochar dos vossos desejos, mas não é os seus frutos.
É um chamamento profundo para as alturas, mas não é profundo nem alto.
É o encarcerado a ganhar asas, mas não é o espaço que o circunda.
Sim, na verdade, o prazer é uma canção de liberdade.
E bem gostaria que a cantásseis com todo o vosso coração;
No entanto, não percais os vossos corações nos cânticos.
Alguns da vossa juventude procura o prazer como se isso fosse tudo, e esses
são julgados e punidos.
Eu não os julgaria nem puniria.
Gostaria que empreendessem a busca.
Pois eles encontrarão prazer, mas não só.
Sete são as suas irmãs, e a mais insignificante delas é mais bela que o prazer.
Nunca ouviram a história do homem que cavava a terra para encontrar raízes
e descobriu um tesouro?
E alguns de vós, mais velhos, recordam os prazeres com remorsos.
Como erros cometidos quando estavam bêbedos.
Mas o remorso só obscurece o espírito e não o castiga.
Deveriam lembrar-se dos prazeres com gratidão, tal como fariam após uma
colheita no verão.
No entanto, se os conforta sentir o remorso, deixai-os confortarem-se.
E há entre vós aqueles que não são nem suficientemente jovens para
empreender a busca, nem suficientemente velhos para se lembrarem;
E no medo deles de procurarem e se lembrarem, conseguem afastar todos os
prazeres, a menos que negligenciem o espírito.
Mas até na antecipação reside o seu prazer.
E assim também eles encontram um tesouro, embora procurem as raízes com
mãos trémulas.
Mas dizei-me, quem pode ofender o espírito?
Será que o rouxinol consegue ofender a quietude da noite ou o brilho das
estrelas?
E as vossas chamas ou fumo conseguem carregar o vento?
Pensais que o espírito é um lago imóvel que podeis perturbar?
Muitas vezes ao negardes a vós mesmos o prazer, estais a ocultar o desejo
nos recônditos do vosso ser.
Quem sabe que o que parece ser omitido hoje espera por amanhã?
Até o vosso corpo conhece a sua herança e as suas necessidades e não sairá
desiludido.
E o vosso corpo é a harpa da vossa alma, e é a vós que compete extrair dela
uma doce melodia ou sons confusos.
E no vosso coração, perguntais,
“Como distinguiremos o que é bom no prazer do que não é?”
Ide para os vossos campos e jardins e aprendereis que o prazer da abelha
consiste em retirar o mel da flor.
Mas também a flor tem prazer em dar o seu mel à abelha.
Pois para a abelha a flor é uma fonte de vida.
E para a flor a abelha é mensageira de amor.
E, para ambas, abelha e flor, o dar e o receber de prazer é uma necessidade e
um êxtase.
Povo de Orfalese, olhai para os vossos prazeres como as abelhas e as flores.