Outra ideia errônea a respeito da morte é que a separação entre corpo e alma seja acompanhada de grandes sofrimentos. A separação é, quase sempre, um processo indolor, uma suave letargia, uma tranquila e progressiva dormência, um imperceptível deslizar para uma região penumbral de crescente inconsciência.
O que faz da morte uma “agonia”, isto é, uma “luta” não é morte em si mesma, mas esse acervo de erros e superstições que em torno dela se tem acumulado no correr de séculos e milênios. O apego excessivo a bens ou pessoas da Terra, e, sobretudo, o cortejo sinistro de horrores que certas religiões criaram em torno do processo natural da transição desta para outra zona de existência, o juízo de Deus, as penas do inferno ou do purgatório – tudo isso converteu um evento natural em sinônimo de angústias e incertezas.
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