A mente analítica pode aprisionar o homem no que ele já conhece. Manipulando o que é por ele aceito, movimenta-se de uma comparação a outra e, em irrefreada atividade dedutiva, perde as sementes da verdadeira realidade.
O conhecimento superior não pode ser explicado. Como a água pura que brota dentre as rochas, deriva-se de profundos mananciais; como o vento que penetra pelas frestas de uma janela, emerge na consciência e toma o homem de assalto. Não avisa sua chegada, tampouco se despede ao partir. Insólito viajante, jamais se sabe quando retornará.
Podereis reconhecer sua aproximação, podereis deixar-lhe aberta a entrada. Entretanto, será ele que marcará o momento da chegada e, sem nada avisar, novamente partirá, até que um dia vos leve consigo e nas alturas cósmicas habitareis sua morada.
Depois do primeiro encontro, não podereis esquecê-lo. Mesmo que vos desvieis, distraindo-vos temporariamente com os movimentos exteriores, ele voltará a bater à vossa porta e, encontro após encontro, ainda que fugazes, construireis a ponte que um dia utilizareis para alcançar o patamar que definitivamente vos levará à Sagrada Viagem ao Mundo Interior.
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