Cintilância de Compaixonar


De olhos à atenção vítrea...
De ouvidos à vitreatenção...
Eu vi três olhos sãos em mim que são de mim.
Eu os sou, olhos de vidro.
MEUS olhos SE expandem, CRESCEM!
MEUS olhos SÃO longos VITRAIS!
MEUS OLHOS SIBILAM geometrais!
-EU- OLHEI MeuS Templos de Gigantes Andares

O som Vidro é quebrável.
Vítreo é quase desmontável.
Eu vi. Vejo que quero ver não o vidro.
VI um lampejo fino que me queimou o rosto, DRO raios finos que partiram meus ossos cranianos em admirável CINTILÂNCIA.

CINTILÂNCIA.
Ao que me amaciei.
Uma gotinha minúscula.
Ao que meu amar serei, sereia pensar, seria sentir. Se ria, sinta a sentar-se.
Uma gotinha minúscula.

Velocidade.
Rapidez invencível.
Uma gotinha minúscula na veloz imensidão.
À espera de deixar chegar.
Os vitrais isolados vibram velozmente por suas camadas quânticas.
Por suas camadas quânticas o desespero do limiar.
Rindo calmamente de si.
No próximo agora impactarar-se.
Uma gotinha minúscula. Veio do planeta meu.
Veloz demais pra parecer a realeza de gotinha que é.

Os vitrais do templo em terra firme no espaço.
O espaço infindável DES-ESPERANDO os templários vitrais de cores místico-fractais.
O INSTANTE VELOZ!
A gotinha do espaço vindo veloz vidracear-me os olhos vitrésqueos.
Galaticarcalhadas do meu rir-a-ser.
Venho-a-ser.

A minúscula gotinha bate no vidro com desnecessária precisão.
A desprecisão não era necessária...
Meus olhos não cabem no furo minimamente quântico que ela fez.

Estilhaçou.

Estilhaçou, estilhaçou, estilhaçou, estilhaçou aos lados infinitos que o mundo estilhaçou. Nem essa telha sou.
Estilhaçamentos.

Estilhaçou.

Os estilhaços me encheram os olhos imensos, imersos, mas meus olhos eram cada estilhacinho, e eu deixei de ser meus olhos. Os trilhões deles.
Deixei de ser meus olhos.
A gota da compaixão, inevidente em tamanha e pura evidência.
Transborda-se das pétalas de lótus e lótus e lótus.
O caminho da coragem de des-cobrir o desconhecido, e largá-lo então, desconhecendo-o, pleno em penas petaleais.
A sabedoria do caminho de saber com paixão.
Desaprender o aprendido.
A descobrir cintilâncias mestras.
Que os olhos vítreos eram cegos.
Enxergo por compaixão ao que vive.
Que vive.
Eu vi ver (sem olhos)

Incondicionalmente, amo quem lê.
Amo quem é.

OmManiPadmeHum

Onipresença, Onisciência e Onipotência - JOEL S. GOLDSMITH

[...]

Bem sei eu como é difícil contemplar os pecados, as doenças e os horrores do mundo e acreditar realmente que não disponham de poder. Todavia, se conseguirem aceitar e praticar esses princípios espirituais até que se transformem numa força viva dentro do seu próprio ser, então, ao testemunhar a sua primeira cura, compreenderão ter visto esses princípios em ação. Em outras palavras, na primeira vez em que forem instrumento de cura de si mesmos ou de outra pessoa, sem pedir a Deus que faça alguma coisa ou esperar que a Verdade elimine o erro, mas apenas aceitando que Deus é o único Poder e que “não terás poder sobre mim, a menos que esse poder tenha sido dado por Deus”, então se sentirão confiantes para ir sempre em frente, até conseguirem realizar grandes coisas.

Quando não mais acreditarem no bem e no mal, não mais terão uma mente humana ou mortal. Há limitação, finitude e negatividade apenas enquanto subsiste a crença no bem e no mal.

Muitas vezes, quando estamos com amigos, parentes ou pacientes, costumamos adotar uma postura crítica, repleta de julgamentos, ou ares metafísicos do tipo: “Seus pensamentos são incorretos. Há algo em sua mente que você precisa corrigir”. Decerto que há, mas a única coisa que precisa ser corrigida é a crença em dois poderes. Todos nós precisamos corrigir o mesmo equívoco: a crença de que Deus não seja Onipresença, Onisciência e Onipotência. Que tolice a idéia de que o ressentimento provoca reumatismo, a inveja câncer, a sensualidade tuberculose! É isso mesmo, pura tolice, porque nem os praticantes da metafísica, nem os médicos especialistas em doenças psicossomáticas podem prová-la. Talvez afirmem que, se nos livrarmos das qualidades negativas de emoções humanas como o ressentimento, ficaremos curados – mas não sabem como podemos nos livrar delas. Nós, porém, sabemos: basta compreender que são impessoais, não tem poder de lei que as sustente.

Há um só Poder atuando no universo e não é o Poder do acidente, da morte, do pecado ou da doença. O Poder Único que atua é o mesmo que faz o “sol se levantar e se pôr”, as marés subirem e descerem no devido tempo. É o mesmo Poder que atulha de peixes o oceano e de pássaros os ares. Ele é o único Poder que atua no Universo, o Poder que opera na minha consciência. É a lei da minha experiência. Não há poder algum na sugestão hipnótica das estatísticas. Não há poder algum na crença em infecções e contágios. Não há poder algum na mente mortal, na mente carnal ou em qualquer das suas formas de crenças, individual ou coletiva.

Desde que Todo o Poder está dentro de vocês, olhem à sua volta e constatem que nada no mundo pode ter poder. “Como a mente de uma pessoa lá fora haveria de ter poder se o Reino de Deus, o Reino de Todo o Poder está dentro de mim? Como um micróbio haveria de ter poder se o Reino de Deus está dentro de mim? Como poderia alguém, alguma coisa, alguma circunstância ou alguma doença ter poder quando todo o Poder está em mim e flui de dentro para fora?” Então, vocês estarão aptos a olhar para qualquer pessoa, coisa ou lugar e dizer: “Não terá poder algum sobre mim, a menos que venha do Pai celestial”. Jesus Cristo pôde dizer isso a Pilatos porque já reconhecera o Reino de Deus, Todo o Poder interior.

Depois que essa grande verdade estiver estabelecida na sua consciência, como serão capazes de amar, odiar ou temer alguém ou alguma coisa? Como darão poder aos bons ou maus pensamentos de alguém? Ninguém pode ajudá-los com bons pensamentos; ninguém, com maus pensamentos, podem prejudicá-los. Nenhum poder exterior os perturbará, exceto se você lhe der poder. É como temer uma sombra na parede e fugir dela porque se parece com um homem, às vezes com um brutamontes! Ora, é apenas uma sombra! Se o Reino de Deus estiver dentro de vocês, então Todo o Poder também estará e, como Paulo, poderão dizer: “Nenhuma dessas coisas, nenhuma dessas pessoas pode ferir-me. Nem mesmo bombas haverão de fazê-lo. Nada do que está fora pode ofender-me porque tenho Todo o Poder dentro de mim”. Nós não nos valemos de uma Verdade desse tipo como uma arma a ser empunhada contra algum poder maligno. Apenas nos apegamos a ela e a usamos como um lembrete constante da Verdade do ser. A partir daí, a Verdade domina a nossa consciência torna-se lei na nossa experiência.

O Deus Único é uma das maiores revelações de todo o ensinamento espiritual e, no entanto, mesmo no ponto mais alto desse ensinamento, essa revelação mal é mencionada. Não se trata meramente da afirmação de Deus como Um; trata-se de uma "revelação". Deus é Um, a única Presença, o único Poder. Deus é a Vida Única que não precisa ser salva; a Vida Única que não precisa ser curada; a Alma Única que não precisa ser purificada. A Substância Única. A Atividade Única.

Sendo Deus a Substância Única, não existe substância má, substância maligna, substância excessiva ou substância escassa. Por isso, não temos necessidade de palavras, de pensamentos ou de coisas com as quais mudar as substâncias.

Se a nossa vida é ameaçada, rimos disso porque existe apenas uma vida, a Vida de Deus. Só a nossa crença em duas vidas – a de Deus e a nossa – nos sujeita ao medo de perder esta última. Entretanto, no momento em que acabarmos de vez com a idéia de uma vida isolada de Deus, adentraremos a imortalidade e a eternidade aqui mesmo na terra.

Tragam para dentro da consciência as seguintes palavras: Onipresença, Onipotência, Onisciência. Reflitam sobre elas, e toda vez que a evidência de alguma forma errônea de poder se apresentar a seus olhos, afirmem interiormente que essa forma enganosa de poder não pode ser verdadeira se a Onipotência o é.

Sempre que se sentirem tentados a recorrer a Deus para comunicar-lhe seus problemas, imediatamente pensem na palavra Onisciência – Conhecimento de Tudo, Sabedoria Plena – e aceitem que Deus já sabe há muito tempo das suas necessidades e problemas.

Sentindo o Corpo Interior (E. Tolle)

Embora a identificação com o corpo seja uma das formas mais básicas do ego, o lado bom disso é que, na maioria das vezes, temos condições de superar essa questão.

Não fazemos isso tentando nos convencer de que não somos nosso corpo, e sim desviando a atenção da nossa aparência física e dos pensamentos sobre ela - beleza, feiúra, força, fraqueza, gordura, magreza – para a sensação de energia vital interna. Não importa o aspecto do corpo no plano exterior, pois, além disso, ele é um campo energético intensamente vivo.

Se você não tem familiaridade com a consciência do “corpo interior”, feche os olhos por um momento e descubra se existe vida dentro das suas mãos. Não pergunte á sua mente. Ela responderá: “não sinto nada.” Também é provável que diga: “dê-me algo mais interessante sobre o que pensar”. Então, em vez de dirigir a pergunta a ela, vá direto para suas mãos. Com isso quero dizer o seguinte: torne-se consciente do sentimento sutil de vida que há nelas.

Para percebê-lo, basta manter-se atento. Você poderá ter uma ligeira impressão de tremor no inicio e, depois uma sensação de energia vital. Caso se concentre em suas mãos por alguns instantes, a sensação dessa energia se tornará mais intensa.

Há pessoas que nem sequer precisam fechar os olhos. Elas são capazes de sentir suas “mãos interiores” ao mesmo tempo em que lêem este texto. Em seguida, passe para os pés, fixe a atenção neles por cerca de um minuto e comece a sentir as mãos e os pés simultaneamente. Por fim, inclua outras partes do corpo – pernas, braços, abdômen, tórax, e assim por diante – até estar consciente do corpo inteiro como uma sensação global de energia vital.

O que chamo de “corpo interior” já não é mais o corpo, e sim energia vital, a ponte entre a forma e o informe. Adquira o habito de sentir o corpo interior sempre que for possível. Depois de um tempo, você não precisará mais fechar os olhos para isso.

Por exemplo, veja se é capaz de senti-lo sempre que estiver escutando alguém. Chega a ser um paradoxo: quando estamos em contato com o nosso corpo interior, não estamos mais identificados nem com o corpo nem com a mente. É o mesmo que dizer que não nos identificamos mais com a forma, que estamos nos afastando dessa situação e indo em direção ao sem forma, que podemos também chamar de Ser. Isso é a nossa identidade essencial.

A consciência do corpo não só nos ancora no momento presente como é uma passagem para fora da prisão que é o ego. Além disso, fortalece o sistema imunológico e a capacidade que o corpo tem de curar a si mesmo.