Na Vida Contemplativa (Trigueirinho)


Havia um Rei de uma terra distante que certa vez desceu das altas torres do seu palácio, atravessou os caminhos estreitos que levavam aos vales, cruzou fronteiras e, como se fosse um homem do povo, juntou-se à vida daquelas paragens.

Nada disse de sua origem e nada exigiu para sua subsistência. Levando a vida simples daqueles homens, e sendo o espelho vivo da retidão das leis e dos princípios internos, mesmo quando em seu ser brotavam as recordações de sua verdadeira Morada, ele, que escolhera servir, louvava a oportunidade de estar nos vales, despojado da magnificência e dos ornamentos reais.

Ainda não despertos para o que dele recebiam, seus novos companheiros parcialmente percebiam o que ele silenciosamente irradiava. Houve um dia, porém, que os mensageiros do Reino, tendo partido em busca de Sua Majestade, chegaram àquelas terras perdidas. E tão luminoso cortejo curvou-se àquele que como mendigo vivia! Num carro de fogo, erguido então às alturas de sua Morada, mais que rastros de Luz, deixou cravado no coração dos homens as marcas da sua passagem.

A energia que permeia essas instruções devocionais traz em si impressa a vibração da esfera imaterial de consciência. Sua projeção nos estratos materiais é representativa do novo estado de realização do planeta Terra, e é indicativa dos tempos que se aproximam. A presença de indivíduos em Monastérios deve ser uma das pontes entre dois mundos; sua vida de religiosidade pode ser a base que dá estabilidade a essa ligação; sua entrega incondicional ao Criador, a chave mestra para todas as provas. Somente nessa entrega galgam os degraus da escada que não tem começo nem fim, e que apenas no silêncio interior pode ser reconhecida.

Na manifestação da consciência monástica não existe meio termo; assim, se também uma vida eremítica tiver de ser exteriormente assumida, que o seja na mais perfeita inteireza.

É no verdadeiro amor ao Criador que podereis viver o correto amor às suas criaturas.

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