Onde nenhum navegante jamais sonhou navegar


Um salto rumo às estrelas
Pode ser dado na mesma rapidez
Com que esta Beleza me atira um grito.
Um grito cheio de flores que riem! Que riem!

Um mergulho rumo às estrelas
Pode ser dado na mesma profundidade
Que qualquer profundeza pode ter
Que qualquer beleza você pode escolher

No lugar onde nenhum navegante jamais sonhou explorar
Enquanto não viu que as estrelas, coração e olhos
Eram também seu Mar.


Não foi preciso mais buscá-la...

O Farfalho que Amaciou

Farfalhou no céu os ciscos tracejados tão riscados de uma nuvem
Esbranquiçada em seus fragmentos que se afastavam de si quase devagar
Uma maciez que farfalhava
Farfalhos lentos e elegantes
Da beira deste abismo azul... Desmanchando-se em manchas em oceano sem fim
As manchas macias que rasgavam
Vão mergulhar agora, dissolver no tempo que agora acabou
É a beira, de sua própria beirada, este abismo, dos ismos que se derrubaram
Que se desnublaram!
Solta...
Nuvens soltas, nuas, onde estão suas raízes?

Que silêncio de abismo.