UMESTRELASTRAL

Eu sei que você não me vê aqui. Sei que você se considera mesmo um você.
Eu sei que não estou logo atrás destes olhos e entre estes ouvidos.
Eu sei que não estou dentro desta cabeça e sei que não sou este cérebro por ela gentilmente acolhido.
Assim como não estou nos dedos destes pés que andam descalços pelas pedras, sei que não estou também nem em meus joelhos ou braços, estou sabendo também que não sou nada disso, absolutamente. SEI que NÃO SOU o que eu PENSARIA que Sou, sei, absolutamente.
Que ao longo de árduos tropeços da insignificante vivência humana o anseio por um ponto de vácuo, e o vácuo mesmo dos anseios e das vontades, para poder "não saber que estou" nesta densa camada carente de sentido. A luta para não saber que sou. E eis que a descoberta através do vácuo se des-cobre. Sei que não sou e sei que não estou.

Eis o Quem da história.
Eis em Si se eu sei quem sou sem sombras de tropeços, tristes preços, entre supostos tropeços desta própria leitura, uma mente engraçada [a qual não sou também] que pensa estar lendo, que pensa tropeçar por entre letras, por entre travas, pensando sobre próprios interpretativos pensamentos.
Eis que há um QUEM não apontado por ninguém.
Pois para ser quem, é preciso ser Alguém, e é ele que é quem.

Entrando no silêncio mais silencioso dos mais silenciosos silêncios, o vácuo engole tudo pra sumir sem engolir. Sei que não se pensa nem se sente o silêncio. Portanto não há referência de identidade. Algo precisa saber/pensar/sentir sobre si [algo]?
Algo é algo. Eis que o silêncio vai então silenciar. [Visto que algo percebe que ainda não silenciou o que está já silenciado] Silenciando o percebedor.
"Algo é..."
"É algo..."
"Algo algo..." [ego ego][referências perdendo-procurando referências]
"É"
Algo sumiu... Mas agora o algo não está ali escrito, o algo não existe.
"Não É" Cale-se sem isto pedir.
Cálice vazio... 'Algo' Verdadeiro, Real e Superior brilha. Nas profundezas de um vácuo sem fundo.
Muito além das algas do fundo do mar.
Além do interior da pérola pura dentro da ostra.
É-Quem-ostra, é-que-mostra. Mostra apenas [penas que somem no céu] a algo que des-algou-se, deixou de ser algo e desaguou-se no infinito da suprema existência oculta de algnorâncias. Atrai Ostras Astrais Estreladas, entre lados e lagos... Eleve-se, muito leve, deixe-se levar longe de tudo, lavando ser.

Deixe esta minúscula ilha de "ilhusória" segurança, pois a verdadeira "ilha-só-ria" dessa segurança e pelas ondas veio se tornar oceano de todas as ondas que não são só ondas ou só algos... Além das profundezas do oceano.
Eu quero ser nada. Anda na Onda.
Nadar no infinito sendo completamente nada. Não há completo ou incompleto.
Não preciso querer.
Só me DESFAZER! :D
A esfarelar nas mãos do pai-universo estas correntes cármicas que dizem ser algo.

Essência univerconsciência
Poder uno
Unir ao poder que é o único e total Eu em eterna união, silenciar silêncios, descamadar camadas, desprojetar projeções, ser, des-ser, descer aos recônditos pacíficos da nova e recordável Dimensão.
Silenciar amados corações
...

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